Dra. Lívia Victor

A gordura no fígado, cientificamente conhecida como esteatose hepática, se negligenciada, pode causar um problema de saúde sério.

O fígado é um órgão vital, localizado no abdome superior a direita. Ele desempenha várias funções essenciais para o bom funcionamento do organismo como: processamento de nutrientes dos alimentos, produção de proteínas e fatores de coagulação, eliminação de substancias tóxicas do sangue, metabolização de medicamentos.

A presença de muita gordura no fígado pode gerar inflamação, conhecida como hepatite gordurosa. O organismo tende a combater a inflamação formando cicatrizes. Se essa inflamação persistir por longos anos, essa cicatrizes vão se acumulando e roubando o espaço das células saudáveis do fígado. Um fígado muito cicatrizado é um fígado com cirrose.

As pesquisas já apontam que cerca de 30% da população mundial seja portadora de esteatose e essa já uma das principais causas de cirrose.

GORDURA NO FIGADO

Qual é o médico especialista em Gordura no Fígado?

O médico especialista no diagnóstico, acompanhamento e tratamento da gordura no fígado em todos os seus estágios é o hepatologista.

Dra Lívia é médica hepatologista que atua nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói. Atualmente atende em seu consultório particular na cidade de Niterói. Além disso, faz parte de corpo clínico do serviço de gastrohepatologia do Hospital Federal de Bonsucesso e é hepatologista dos Hospitais Quinta D’Or e Niterói D’Or.

ESPECIALISTA EM CIRROSE

Dra Lívia é médica hepatologista com mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em sua pesquisa se dedicou a estudar mais sobre o tratamento da hepatite C.

Quais são os sintomas da gordura no fígado?

A gordura no fígado pode se apresentar em 4 estágio diferentes. São eles:

  1. Fígado gorduroso simples ou esteatose: acúmulo de excesso de gordura, sem inflamação. Nesse estágio é inofensivo, mas há grandes chances de progredir.
  2. Hepatite gordurosa ou esteatohepatite: o acúmulo do excesso de gordura causando inflamação no fígado.
  3. Fibrose: a inflamação crônica ou persistente do fígado já causou cicatrizes, mas não há prejuízo na da função do órgão.
  4. Cirrose: a formação cicatrizes é tão acentuada que afeta a capacidade de funcionamento do fígado. Estágio grave e irreversível.

A gordura no fígado não causa sintomas perceptíveis. Quando os sintomas aparecem, significa que a doença evoluiu ao seu estágio mais grave, a cirrose,  e são sinais de que o fígado não está funcionando bem.

A cirrose pode causar sintomas como:

  • Dor abdominal
  • Perda de apetite
  • Perda de peso
  • Fraqueza e fadiga
  • Pele e olhos amarelados
  • Hematomas ou sangramentos fáceis
  • Acúmulo de líquido na barriga (ascite)
  • Inchaço (edema) nas pernas
  • Vasos sanguíneos em forma de teia na pele
  • Aumento dos seios nos homens
  • Confusão mental

Para prevenir que a gordura no fígado chegue ao estágio de cirrose e suas complicações, é importante seguir o direcionamento de um médico hepatologista.

Quais são os tipos de doença hepática gordurosa?

Existem dois tipos principais de doença hepática gordurosa: não alcoólica e alcoólica. Além disso, a gordura no fígado também pode acontecer de forma aguda durante a gestação, mas esse tipo é raro.

  • Doença hepática gordurosa não alcoólica: ocorre quando a gordura se acumula no fígado de pessoas que não consomem bebida alcoólica.
  • Doença hepática gordurosa alcoólica: ocorre quando a gordura se acumula no fígado de pessoas que consomem quantidades significativas de álcool. É o estágio inicial da doença relacionada ao álcool.
  • Fígado gorduroso agudo da gravidez: ocorre quando o excesso de gordura se acumula no fígado durante a gravidez. É uma complicação rara, mas grave, da gravidez. A causa exata é desconhecida, embora a genética possa ser uma razão. A saúde do fígado provavelmente voltará ao normal algumas semanas após o parto.

Quais são os fatores de risco para ter Gordura no Fígado?

O principal fator de risco da doença hepática gordurosa alcoólica é o consumo excessivo de álcool, definido como:

  • Homens: 40-80 gramas de álcool por dia
  • Mulheres: 20-40 gramas de álcool por dia

Como referência: 1 lata de cerveja = 17 gramas de álcool / 1 taça de vinho = 10 gramas / 1 dose de destilado = 25 gramas

Além do consumo de álcool, outros fatores se associam ao desenvolvimento de doença hepática gordurosa alcoólica. Dentre eles:

  • Idade avançada
  • Genética
  • Obesidade
  • Tabagismo

Em relação a doença hepática gordurosa não alcoólica, os principais fatores de risco são:

  • Sobrepeso ou obesidade
  • Resistência insulínica
  • Diabetes tipo 2
  • Colesterol alto
  • Hipertensão

Outros fatores de risco associados a doença hepática gordurosa não alcoólica são:

  • Idade avançada
  • História familiar de doença gordurosa
  • Uso de alguns medicamentos
  • Gravidez
  • Infecção pelo vírus da hepatite c
  • Síndrome do ovário policístico
  • Apneia obstrutiva do sono

Lembre-se que ter fatores de risco não significa certeza que você desenvolverá a doença no futuro, mas sim que você tem um maior risco de desenvolve-la quando comparado a pessoas que não possuem os mesmos fatores.

Se você tiver um ou mais fatores de risco para gordura no fígado, buscar um direcionamento médico sobre estratégias de prevenção é recomendado.

Como é feito o diagnóstico de gordura no fígado?

Como em todo diagnóstico médico, o processo investigativo envolve história de saúde detalhada, exame físico e exames complementares.

História clínica

Na suspeita de estetaose, algumas perguntas são necessárias sobre:

  • Histórico familiar, incluindo qualquer histórico de doença hepática
  • História de consumo de álcool
  • Habitos alimentares e prática de atividade física
  • Histórico de saúde prévio
  • Uso de medicações regulares

Exame físico

Nas fases iniciais, o exame físico pode ser normal. O fígado mesmo inflamado não dói e pode estar do tamanho normal.

Achados no exame físico como líquido na barriga, veias em formato de teia, dentre outros, são sinais de doença hepática avançada, a cirrose.

Exames de sangue

Em muitos casos, a gordura no fígado é diagnosticada depois que exames de sangue mostram enzimas hepáticas elevadas. Alguns médicos solicitam na sua rotina a TGO e TGP e se alteradas, justificam prosseguir a investigação.

Enzimas hepáticas elevadas são um sinal de inflamação do fígado. A doença hepática gordurosa é uma frequente causa de inflamação do fígado, mas não é a única.

Se as enzimas estiverem alterada, é necessário que exames adicionais sejam realizados para descartar outras causas de inflamação do fígado.

Estudos de imagem

Os exames de imagem mais comumente utilizados para verificar a presença de esteatose no fígado são:

  • Ultrassonografia
  • Tomografia computadorizada
  • Ressonância magnética

O médico ainda pode associar a esses exames, o pedido de elastografia hepática. Teste que permite medir a rigidez do fígado, permitindo estimar o estagio em que se encontra a doença, se já existem ou não cicatrizes.

Biópsia hepática

A biópsia hepática segue sendo o padrão ouro para confirmação de gordura no fígado e avaliação de presença de cicatrizes e estágio da doença.

No entanto, por ser um exame invasivo e pela evolução dos métodos não invasivos, esse exame não é realizado de rotina e é reservado para casos específicos.

Qual é o tratamento da gordura no fígado?

Atualmente, não existe nenhum tratamento para tratar gordura a doença gordurosa do fígado. Existem várias pesquisas com resultados promissores, principalmente no que diz respeito a evitar a formação de cicatrizes no fígado. No entanto, mais testes ainda são necessários.

Até agora, o que está comprovado e é recomendado é a mudança de estilo de vida que pode se responsável por reverter a maioria dis estágios da doença. E mesmo no estágio de cirrose, irreversível, é a mudança do estilo de vida que impede sua progressão e o desenvolvimento de complicações.

E o que seriam essas mudanças? Qualquer atitude que signifique hábitos de vida mais saudável como:

  • Evitar ou cessar o consumo de álcool
  • Perda de peso
  • Dieta com alimentos saudáveis
  • Atividade física regular

Se a doença já se encontra em estágio de cirrose, faz-se necessário prevenir e tratar as complicações. A cirrose também pode evoluir para quadros de insuficiência hepática grave, podendo ser indicado transplante hepático.

Porém, quanto mais precoce o diagnóstico, com direcionamento de um médico, é possível prevenir que a doença gordurosa se agrave dessa forma.

Quais são as principais medidas de prevenção?

Para prevenir a doença hepática gordurosa e suas possíveis complicações, é importante seguir um estilo de vida saudável. Algumas dicas gerais de prevenção incluem:

Essas medidas ajudam a melhorar a saúde não só do fígado, mas também de todos os outros órgãos vitais.

Fonte: Non-alcoholic fatty liver disease: A patient guideline

3 respostas

    1. Fico muito feliz com o seu feedback. A internet tem esse poder de levar a nossa voz para além das paredes do consultório. Capriche nos seus hábitos de vida e logo estará colhendo os frutos da sua transformação.

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